segunda-feira, 13 de julho de 2009

Poema Adélia



JaNELa

Janela, palavra linda.
Janela é o bater das asas da borboleta amarela.
Abre pra fora as duas folhas de madeira à-toa pintada, janela jeca, de azul.
Eu pulo você pra dentro e pra fora, monto a cavalo em você, meu pé esbarra no chão.
Janela sobre o mundo aberta, por onde vi o casamento da Anita esperando neném, a mãe do Pedro Cisterna urinando na chuva, por onde vi meu bem chegar de bicicleta e dizer a meu pai: minhas intenções com sua filha são as melhores possíveis.
Ô janela com tramela, brincadeira de ladrão, clarabóia na minha alma, olho no meu coração.

AdÉlia pRaDo



Foto de Luciano Pontes - Fachada de uma casa de Triunfo construções do final do séc. 10 e início do séc. 20.

4 comentários:

Leandro Santolli disse...

Conheci os escritos de Adelia,a traves de outra grande poetisa " Elisa Lucinda ", desde que fiz workshop sobre poesia falada.
Enfim.. hj em dia Adélia faz parte de minha vida intensamente...
esse texto me remete a tanta coisa..
brincadeira na calçada, volta pra casa, fofoca na casa da vizinha..
ôoooO, eu era feliz e não sabia !

Conrado Falbo disse...

lindo poema, lu. adoro adélia!

beijos direto da inglaterra

Cleyton Cabral disse...

Não sabia desse seu espaço. Beijo grande! Achei pelo de Ju Almeida... =D

Elilson disse...

Adélia é divina.
"Mulher éw intrépida, eu sou".
Acredito que em todos que a lêem, ela deixa um pouco desse "legado" doce e intrépido.
"Bagagem" proporcionou o desencadeamento de um grande fato cotidiano em minha jovem Bagagem no recanto vislumbrante do Antigo Recife. Me fez enxergar o quanto que a Literatura cria laços.
Prazer conhecer o seu blog, passarei por aqui outras vezes.